Depois de deslumbrar os habitantes do hemisfério norte, chegou a vez de quem vive abaixo da linha do equador poder acompanhar a passagem do cometa Neowise. O corpo celeste poderá ser visto no céu, logo após o por-do-sol, até o dia 30 de julho.
Ele vai começar a parecer para observadores da região norte e vai “descer”. Em São Paulo a primeira aparição do cometa será na sexta-feira (24) e no domingo (26) poderá ser visto em todo o país.
Ainda não é possível afirmar se ele será visível a olho nu, pois há muitos fatores imprevisíveis em jogo —como a composição do cometa, a velocidade com que os gases de sua cauda são expelidos e as condições atmosféricas. "Eu acredito que, ao passar por aqui, o cometa já vai estar com uma cauda muito tênue, vai ser apenas como uma manchinha no céu", diz Júlio Lobo, astrônomo do Observatório Municipal de Campinas.
Segundo ele, o Neowise estará baixo em relação ao horizonte e, por isso, só deve ser visto em lugares mais altos e sem poluição luminosa. "Creio que em cidades montanhosas de São Paulo, como Serra Negra e Águas de Lindóia, e no sul de Minas Gerais, há boas chances de vê-lo, até a olho nu. Em grandes centros, com prédios obstruindo a visão e muitas luzes, será difícil", acrescenta.
O cometa aparecerá até 30 de julho logo após o pôr do sol, por volta das 18h30. É preciso olhar para a direção noroeste, bem perto do horizonte. A cada dia, ele estará um pouquinho mais alto —no domingo (26), a elevação será de cerca de 15°. Um binóculo astronômico ou de longo alcance pode ajudar —pelo menos, um com especificações 7x50 ou 10x50 (ampliação x diâmetro da lente). Busque um lugar alto, com o céu escuro, sem luzes artificiais próximas, e com o horizonte o mais livre de obstáculos possível. Torça pela ausência de nuvens e chuva.
O mais brilhante dos últimos tempos
Os últimos cometas a serem vistos em céus brasileiros foram o Hale-Bopp, em 1997, e o McNaught, em 2007. O "C/2020 F3" - nome técnico do Neowise- foi descoberto em março deste ano, em imagens do telescópio espacial Neowise, da Nasa. Na época, ele ainda tinha um brilho fraco —nem saberíamos se ele se tornaria visível da Terra a olho nu.
* Com informações de UOL.
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