Xadrez, música, dança, educação financeira, além de acompanhamento pedagógico em matemática e português são as novas disciplinas do currículo de 100 alunos do 1º ao 5º ano da Escola Estadual Nossa Senhora Aparecida (EENSA), no Jardim Vera Cruz, em Guaxupé. A instituição é a única escola estadual do município o oferecer o período integral no município.
Crianças a partir dos cinco anos estão no período integral da Escola Estadual Nossa Senhora Aparecida. (Foto: Carol Negrão)
O novo turno foi implantado em 500 escolas do estado. Na região atendida pela Superintendência Regional de Ensino de São Sebastião do Paraíso somente cinco escolas começaram a oferecer o período integral desde a última segunda-feira (06). Além da escola de Guaxupé, a Escola Estadual Coronel Lucas Magalhães e outras três escolas em São Sebastião do Paraíso.
Segundo a diretora da EENSA, Ana Cláudia Costa, dos 475 alunos da escola, 200 estudam do 1º ao 5º ano no período vespertino, deste total, cem escolheram migrar para o período integral. A escola atende à sete bairros de Guaxupé.“Nós enviamos um comunicado aos pais dos alunos e cem deram retorno positivo. Os alunos entram às 07h45 tomam café da manhã, eles vão para sala de aula onde tem o acompanhamento pedagógico em matemática e português. Eles também usam a biblioteca e espaços pedagógico”, afirma a diretora.
Aulas de Xadrez é uma das atividades oferecidas aos alunos do período integral. (Foto: Carol Negrão)
Os alunos do período integral, que têm a partir de cinco anos de idade, têm oficinas de xadrez, dança e música. Uma das novidades é a educação fiscal financeira. “ Contratamos sete monitores para atender essa demanda. O período integral aumentou 25 aulas por semana para os alunos”, diz Ana Cláudia.
Longe da rua
Maria Clara da Silva, 08, durante apresentação da oficina de Dança. " Preferida". (Foto: Carol Negrão)
Entre os alunos da escola de Guaxupé, o período integral foi recebido de forma positiva. “ Gosto muito das aulas de dança. Na verdade, não gosto muito das aulas da tarde porque tem que escrever muito e dá calo no dedo”, afirma a aluna do 3º ano, Maria Clara da Silva, 8 anos, depois da apresentação de dança para os colegas.
Fabrício pediu para mãe para para ser transferido para o período integral. (Foto: Carol Negrão)
Assim como Maria Clara, o aluno do 5º ano Fabrício Bernardino Justino, 10, aproveita as aulas de dança nos meses em que vai estudar no período integral. “ Eu levei o bilhete da escola e pedi para minha mãe para vir para o período integral”, explica o aluno.
Ele e o colega André Lucas Pelegrino Filho, 10 anos, estudarão no período integral somente neste ano, já que em 2020 vão para o 6º ano e por isso devem estudar em um único turno. “ É bom porque a gente aprende duas vezes mais”, afirma André.
Quando questionado sobre quais atividades fará em casa quando sair do período integral, André é enfático. “Vou ficar em casa assistindo tv. É melhor porque se a gente brinca na rua pode aprender coisa errada”, justifica o estudante.
Aulas de Dança fazem parte do currículo do período integral. (Foto: Carol Negrão)
Estado
Em todo o estado, 500 escolas estaduais desenvolverão as atividades da Educação Integral no primeiro semestre de 2019. Serão atendidos 30.675 estudantes do ensino fundamental.
O critério para a seleção das escolas é o indicador de Nível Socioeconômico das Escolas (Inse) até o Nível III, apontado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a partir da participação dos estudantes na Prova Brasil. Fazem parte do Nível III do Inse os alunos com renda familiar mensal de até 1,5 salários mínimos.
Todas as escolas estaduais que iniciaram as atividades na segunda-feira receberam da Secretaria de Estado de Educação (SEE) um documento orientador. O currículo para 2019 foi reestruturado a partir da perspectiva de sete Campos de Integração Curriculares: Acompanhamento Pedagógico (Obrigatório); Educação para a Cidadania (Obrigatório); Projeto de Pesquisa e Inovação Tecnológica; Esporte e Lazer; Cultura e Artes; Memória e História das comunidades tradicionais; Educação Ambiental e Agroecologia.
