Na sétima edição do Festival Internacional de Teatro de Guaranésia, quatro das 22 peças apresentadas destacam mulheres fortes e poderosas. Inspirada na mitologia romana "Vênus em Fúria", a Cia TPM, de Mococa (SP), fez uma apresentação impactante na abertura do Feteg na última terça-feira (30/04).
No feriado de 1º de maio, foi apresentado "O Abrigo da Besta" pela Cia Imediata, de Sorocaba (SP). Uma peça baseada na mitologia grega de Medeia, com dramaturgia de Maurício Toco e solo da atriz Merlin Kern Sarubo, a tragédia de Eurípedes, escrita em 431 a.C. revela que o amor e ódio simultâneos na mulher é atemporal e atual,
O patriarcado milenar, sustentado por religiões diversas, idealiza a submissão ao estilo Mulheres de Atenas, de Chico Buarque, é uma das músicas incidentais da peça.
Força literária feminina
Em 1605 e 1615, o espanhol Miguel de Cervantes publica as duas partes do livro Dom Quixote, sem dar protagonismo à Dulcineia de Toboso. Mesmo sendo descrita sem atrativos físicos e culturais, ela é o amor de Dom Quixote.
A Cia venezuelana, Payaso Chungo Malungo, em parceria com a Cia Imediata, apresentaram o projeto circense "Cadê Dulcinéia?". O artista circense e venezuelano Antonio Mendonza recorreu a malabares e artifícios para encontrar e conquistar Dulcinéia. O heroísmo de um palhaço passa pela astúcia, sorte, poética e sensibilidade.
Em 2023, a Payaso Chungo Malungo abriu o Feteg com o teatro de rua Oras Bolas e dividiu a internacionalização do Festival com um grupo teatral uruguaio e colombiano.
O primeiro espetáculo internacional do Festival foi mexicano.
A quarta mulher marcante desta sétima edição do Festival vem da peça "A Casa de Bernarda Alba", da Cia Divino Ato, de Ribeirão Preto (SP). A peça encerra as apresentações do Feteg 7º Ato, na noite deste sábado (04/05). No domingo, tem roda de samba e premiações dos espetáculos.
Do escritor espanhol Federico Garcia Lorca, "A Casa de Bernarda Alba" (1936), destaca uma matriarca que domina cinco filhas e causa tensões quase explosivas nesse relacionamento.