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IFSULDEMINAS

Curso promovido pela Inovavet Jr aborda inseminação instrumental em Abelhas

Curso contou com 18 vagas, preenchidas por integrantes de instituições como a USP, SENAR, além de produtores e cientistas oriundos de diversos estados.

Publicado em 15/04/2024 às 17:07

(Foto: ASCOM do Campus Muzambinho.)

(Foto: ASCOM do Campus Muzambinho.)

(Foto: ASCOM do Campus Muzambinho.)

Nesta semana, o IFSULDEMINAS – Campus Muzambinho sediou um curso inovador no ramo da apicultura. O curso “Inseminação Instrumental em Abelhas”, promovido pela Inovavet-JR abordou técnicas de inseminação de abelhas-rainhas, visando ao melhoramento genético e ao estabelecimento de matrizes mais fortes e eficientes, trazendo benefícios para a apicultura e para o meio ambiente. O curso contou com 18 vagas, as quais foram preenchidas por integrantes de instituições como a USP, SENAR, além de produtores e cientistas oriundos de diversos estados.

O profissional Rubens Marcelo de Castro comentou que o curso nasceu da necessidade de melhorar o sistema de seleção dentro um processo que já existe na escola, o programa “Desenvolvimento Sustentável da Apicultura e Meliponicultura no Sul de Minas Gerais”.

“A título de eficiência na reprodução, o curso é bastante inovador, pois você consegue controlar o sêmen do zangão, que ao acaso e naturalmente, é aleatório [...] Na inseminação instrumental, você consegue controlar o gene do macho e da fêmea, o que proporciona uma condição melhor de acasalamento. Além da questão efetiva da inseminação, o curso proporciona uma rede de profissionais de várias entidades e instituições diferentes, o que é bem interessante do ponto de criar contatos e estabelecer outros projetos” – Observou.

Já o apicultor Carlos Alberto dos Santos é empresário individual e trabalha no ramo há aproximadamente 40 anos. Há cerca de oito anos, voltou sua atenção para o trabalho com abelhas rainhas.

Ele contou que conheceu o IFSULDEMINAS por intermédio do servidor Rubens, um dos articuladores do curso junto às instituições e profissionais envolvidos.

Para Carlos, o trabalho com o melhoramento genético é inovador, e poderá estabelecer uma cadeia produtiva que ainda não existe no país.

“O resultado disso vai gerar uma matriz, que em uma cadeia organizada iria para o replicador desta matriz, e as filhas seriam distribuídas para os apicultores. Esta seria uma cadeia tecnicamente estabelecida, que não é o caso brasileiro” – Disse.


Lucas Mendes Oliva Santos, analista de Assistência Técnica Gerencial do sistema FAEMG-SENAR comentou que sua instituição atende cerca de mil produtores da cadeira da apicultura. Segundo ele, sua participação no curso foi para buscar e, eventualmente, transmitir conhecimento aos apicultores, que podem reduzir custos e aumentar margens de seu negócio.

“… a academia (ciência) vai trazer algumas tecnologias e a gente, por meio da extensão, vai poder levar os produtores […] a gente está vendo que é uma tecnologia de utilização mais barata, mais em conta, que qualquer produtor pode utilizar, e isso casa muito bem com a nossa assistência na área de custos também […] O produtor precisa reduzir custos, fazer uma produção melhor, e com essa produção melhor a gente pode conseguir níveis de produtividade maiores” – finalizou.

Armando Rodrigues Neto, da cidade de Quinta do Sol, Paraná, está cursando o nono período de medicina veterinária. Ele é apicultor, e comentou que cursos desta natureza são difíceis de se encontrar, e que veio buscar conhecimento para aplicar o melhoramento genético dos próprios apiários.

Jairo de Souza é outro dos profissionais que participaram do curso. Oriundo da USP (Universidade de São Paulo), ele trabalha na faculdade de medicina de Ribeirão Preto - departamento de Genética - onde existe um setor específico dedicado às abelhas, incluindo sua genética e comportamento.

Ele analisou desafios enfrentados pela apicultura no contexto atual, destacando (1) a falta de conscientização do brasileiro no que diz respeito a alimentos de qualidade, como o mel, e (2) o aprendizado do próprio apicultor, que precisa aprender a produzir com mais técnica e qualidade. Neste sentido, Jairo afirmou que cursos como o “Inseminação Instrumental em Abelhas” contribuem através da disseminação de dados e conhecimento, além do melhoramento genético em si, o qual que pode trazer ganhos à produção.

“Para você trabalhar um melhoramento genético de qualidade, é imprescindível a inseminação instrumental. São seleções que você consegue direcionar através de dados construídos na produção. […] Esse conhecimento é imprescindível para o crescimento do produtor” – Comentou.

Para Jairo, a disseminação do conhecimento é dever das instituições:

“A universidade tem esse papel de dividir o conhecimento com a sociedade, e a sociedade aceita muito bem isso. Ela se sente acolhida! Com isso, você mexe com uma cadeia de conhecimento muito grande, onde a pessoa vai aprender também a relação inseto-planta, pois a abelha precisa da planta e a planta precisa da abelha. Então você está formando também a consciência de proteção do meio ambiente”.

Por fim, Jairo comentou suas impressões acerca do Campus Muzambinho, instituição que tem participado de diversas iniciativas no ramo da apicultura e meliponicultura.

“[…] Observo que da primeira vez em que eu estive aqui (2008) cresceu muito, e tem uma projeção ainda: Acredito que vai crescer mais ainda [...] por causa das lideranças. Quando você tem lideranças importantes, que correm atrás, que fazem acontecer, então esse pessoal vai atrás de conhecimento […] Hoje, os institutos e as faculdades precisam ter essa força e vontade, e eu percebo isso aqui”.

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