A Associação de Municípios da Microrregião da Baixa Mogiana (AMOG) recebeu na manhã de ontem (06) o Encontro Regional Programa de Regionalização do Turismo “PRT”. O encontro teve como tema “A importância das ações que valorizam o turismo Regional”. O evento contou om palestra da coordenadora geral de Mapeamento e Gestão Territorial do Ministério do Turismo, Ana Carla Moura; além do presidente da Federação dos Circuitos Turísticos de Minas Gerais (FECITUR), Igor Diniz; e o presidente do Circuito Turístico Montanhas Cafeeiras, Bruno Balista.
Atualmente o Circuito das Montanhas Cafeeiras é composto por 13 municípios da região. E é um dos 47 circuitos turísticos de Minas Gerais, que compreendem 600 municípios mineiros.
“A gente percebe uma resistência dos gestores, porque as pessoas acham que o turismo não tem uma capilaridade de retorno. Mas o turismo é um dos principais segmentos da economia mundial. Enquanto o PIB da Economia mundial cresce 3,2%, o PIB do Turismo cresce 3,8%. Porque na verdade o turismo, quando a gente incentiva o trabalho do turismo o retorno é a longo prazo. Essa sensibilização e mudança de cultura é complicada”, afirmou Igor Diniz.
Para o especialista as ações de turismo devem ser integradas entre os municípios. “ Uma andorinha sozinha não faz verão, mas todas juntas fazem um bom barulho. Nós temos questões que elas podem ser conseguidas juntos e na realidade um município não é concorrente do outro, eles se auto complementam”, complementou Diniz.
A secretária de Indústria, Comércio e Turismo de Juruaia, Dedel Gonçalves, apoia a integração dos municípios da região para fortalecer o turismo. Em Juruaia, o turismo de negócios é carro chefe do setor por causa do polo de Moda Íntima, mas a secretária pretende explorar outros aspectos da cultura da cidade.
“ O desafio da minha secretaria é muito mais pelo turismo, porque a indústria e o comércio já alavancaram. E hoje Juruaia tem um problema, diferente de outras cidades. O comum das cidades é desenvolver uma atração para o turista conhecer a cidade. Em Juruaia já temos uma visitação muito grande já e nós não estamos tendo o que fazer om esse turista. A gente precisa desenvolver o setor de gastronomia, hotelaria, desenvolver o turismo rural que é muito rico: todas as cachoeiras que a gente tem, as fazendas de café, as cachaças. Dias atrás recebemos umas chilenas e conversando com elas, disseram que adoraram, mas que não conheceram as vacas, o café e a caipirinha. O olhar da gente que está dentro, a gente não valoriza tanto quanto uma pessoa que está na capital, ou fora do Brasil”, explicou Dedel.
O evento ajudou a mostrar aos gestores formas para conseguir financiamento para projetos de turismo. “A sociedade não entende que a possibilidade de geração de renda e emprego que o turismo pode gerar. Os gestores têm dificuldade na forma de buscar apoio do ministério do Turismo”, disse a coordenadora do Ministério, Ana Carla Moura.
O turismo brasileiro emprega 6,9 milhões de pessoas e é responsável por 8,1 % do PIB brasileiro.
“ O turismo deve deixar de ser uma política de gestão, para ser uma política de governo. Que o turista e o turismo em si que ele seja identificado como um ponto forte. E esse é o papel que a gente tenta pregar o tempo todo, que as prefeituras, os municípios se completem. Não é um trabalho fácil. Nós estamos tentando mudar essa concepção, mas é algo que demanda tempo”, explicou o presidente do Circuito das Montanhas Cafeeiras, Bruno Balista.
