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Vacinas

Mãe denuncia falta de vacinas básicas para crianças em Guaxupé

Ivana tenta desde julho do ano passado vacinar a filha de um ano e três meses com a vacina DTP, que faz parte do calendário básico de vacinação.

Publicado em 16/02/2020 às 21:28

Ivana tenta, há exatos sete meses, conseguir vacina para a filha. (Foto: Carol Negrão/ Portal da Cidade)

Caderneta de vacinação mostra que criança não tomou vacina DTP. (Foto: Carol Negrão/ Portal da Cidade)

Resposta dada pelo município ao ofício da vereadora Maria José Cyrino afirma que vacina não esteve em falta. (Foto: Reprodução)

Após negativa do Posto de Saúde, vereadora Maria José cobrou prefeitura mais uma vez. (Foto: Reprodução)

Desde julho de 2019 a faxineira Ivana Talita da Silva tenta vacinar a filha Stephany, de um ano e três meses com a vacina DTP ( tríplice bacteriana). A menina precisa da vacina para fazer exames pedidos por um médico otorrinolaringologista. Mas desde então, Ivana enfrenta uma série de negativas do município para aplicação da vacina, que é obrigatória, segundo portaria nº 597, de 2004.

“Estava faltando a vacina pentavalente desde junho, eu tinha que dar a vacina na minha filha da DTP. E eu fui procurar a DTP, dei as outras vacinas, que eram quatro. A moça do posto disse que a DTP estava em falta e que era para eu ficar ligando no posto ou passar no posto. Até procurei para saber quanto custava a vacina para dar particular, mas é R$350 e não tinha condições. E sempre ia atrás e nunca tem a vacina”, explicou Ivana ao Portal da Cidade.

Em ofício, prefeitura respondeu que vacina DTP " não esteve completamente ausente" (Reprodução)

A faxineira procurou a vereadora Maria José Cyrino em dezembro de 2019. Segundo resposta da Secretaria de Saúde ao ofício enviado pela vereadora, a vacina nunca esteve em falta nos postos de saúde.

“Depois de receber a resposta fui ao posto de saúde e perguntei sobre a vacina. Me disseram que não, mas mostrei a resposta do ofício que foi respondido para a Maria José. Liguei na Vigilância Sanitária e me disseram que não tinha. Eu comecei a ler o papel que foi respondido. A secretaria Daniela (Bettelli, Secretária de Saúde) me ligou pedindo para eu ir na secretaria de tarde, mas não tinha como ir. Disse para ela me ligar e ela não me retornou. Quando disse que ia procurar os veículos de comunicação ela me ligou em cinco minutos. Ela disse que não tinha a vacina e li novamente a resposta. Mas ela disse que a Secretaria de Saúde do Estado não estava liberando”, ressaltou Ivana.

De acordo com a mãe, outras mães conseguiram vacinar os filhos delas com vacina DTP.

Exames 

Por causa da falta de vacina, a filha de Ivana não pode fazer exames neurológicos e de otorrino. “ Toda a vez que ela ouve um barulho muito alto, o ouvido esquerdo dela fica inchado e o médico quer saber porque isso acontece”, disse a faxineira.

Vacina obrigatória 

O calendário de vacinação infantil brasileiro estabelecido pelo PNI é um dos mais extensos do mundo. Ele prevê que as vacinas já comecem a ser aplicadas após o nascimento, na maternidade - onde o recém-nascido deve receber as vacinas BCG e Hepatite B.

Entre os 2 e 12 meses, é responsabilidade dos pais levar o bebê às unidades básicas de saúde para receber a vacina penta, a pneumocócica 10 valente, a vacina oral rotavírus humano (VORH), a vacina inativada de poliomielite (VIP), a Vacina Oral Poliomielite (VOP), a vacina Meningocócica C, a vacina contra febre amarela e a tríplice viral (sarampo, rubéola, caxumba).

Aos 15 meses, são obrigatórias mais três vacinas: a tetraviral (Sarampo, rubéola, caxumba, varicela), a vacina contra hepatite A e DTP (tríplice bacteriana).

Aos 4 anos, os pais deverão levar os filhos para vacinar contra varicela, além de uma dose de reforço da vacina DTP e uma dose de reforço da VOP.

Entre os 10 e 19 anos, são obrigatórias as vacinas dupla adulto (com reforço a cada 10 anos); uma dose de reforço da Meningocócica C; e duas doses da vacina contra o HPV (para meninas, as doses devem ser aplicadas entre os 9 e 14 anos; para meninos, devem ser aplicadas entre os 11 e 14 anos).

O que diz a prefeitura

Depois a ligação entre Ivana e a secretária de Saúde, a prefeitura de Guaxupé emitiu nota responsabilizando o Estado de Minas Gerais pela falta de vacina.

“A Secretaria de Estado de Saúde enviou às Secretarias Municipais o memorando circular nº 08/2020 que trata sobre o abastecimento irregular de algumas vacinas do Programa Nacional de Imunizações, entre elas as vacinas Pentavalente e DTP no ano de 2019.

Considerando o abastecimento irregular no ano passado e um total de apenas 124.500 doses, que correspondem a 12,97% do necessário anual para contemplar o esquema primário de 03 doses da pentavalente para crianças menores de 01 ano em Minas Gerais, a coordenadoria Estadual do Programa e a Coordenação Estadual de Atenção Primária à Saúde recomendam que seja priorizada a vacinação das crianças que estejam como o esquema primário de vacinação em atraso ou incompleto com a vacina DTP. 

A orientação dada através da Secretaria Estadual de Saúde em 13 de janeiro é que a vacina DTP que a princípio deveria ser dada com 01 ano e 03 meses e 0 4 anos, seja destinada somente para vacinar crianças do grupo prioritário (02, 04 e 06 meses), ou seja, aquelas que são menores de 01 ano, tudo porque nessa faixa etária é aplicada a pentavalente e esta também encontra-se com distribuição fracionada pelo Estado”, diz a nota. 

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