O Dia da Luta Antimanicomial foi celebrado em todo o país neste sábado (18), com ações de trabalhadores da saúde mental e pacientes que precisam do atendimento para doenças psiquiátricas. Os transtornos mentais acometem 20% da população mundial em algum momento da vida.
Segundo dados de Secretaria de Estado de Minas Gerais, em todo o estado existem 331 leitos de saúde mental habilitados pelo SUS, para atender a uma população de 20,8 milhões de habitantes. O hospital mais próximo de Guaxupé é o da Fundação Gedor Silveira, em São Sebastião do Paraíso, depois que o Hospital Otto Krakauer (Passos) e Clínica Paulo Menicucci (Lavras) encerraram as atividades em 2016 e 2013.
Em todo mundo as doenças psiquiátricas estão entre as mais incapacitantes, como é o caso da depressão e do transtorno de ansiedade. Conheça agora quais são essas doenças e os sintomas:
Depressão
O que é? Sentimento de tristeza intensa e profunda,
desproporcional ao acontecimento que persiste por meses.
Incidência: 6% das mulheres; 10% dos homens
Tratamento: Uso de medicamentos e terapias complementares
com psicólogos
Distúrbio de ansiedade
O que é? Nervosismo e preocupação intensos duradouros e frequentes por mais de seis meses
Incidência: 3,4%
Tratamento: ansiolíticos e psicoterapia
Distúrbio do Pânico
O que é? Ansiedade extrema com sintomas físicos como dores no peito, falta de ar, agitação, sudorese e palpitação
Incidência: 3,5%
Tratamento: Em casos leves pode existir recuperação sem medicação, mas em casos extremos é necessário remédios e terapia.
Transtorno Bipolar
O que é? Episódios de depressão alternados com episódios e euforia extrema
Incidência: 1%
Tratamento: Antidepressivos com controle rígido dos efeitos sobre o humor. Também são usados remédios estabilizadores e humor
Esquizofrenia
O que é? Perda de contato com a realidade, alucinações, delírios, alteração de desempenho e motivação diminuída
Incidência: 1%
Tratamento: Sãos usados medicamentos Antipsicóticos, psicoterapia e reabilitação com atividades de apoio comunitário.
Antimanicomial
A Luta Antimanicomial começou em 1987, foi instituído depois do II Congresoo Nacional de Trabalhadores da Saúde Mental, na cidade de Bauru (SP), cansados do tratamento desumano e cruel dado a usuários do sistema de saúde mental.
"Eles começaram a lutar pela psiquiatria humanitária. A gente ouve histórias de campos de concentração na Alemanha, mas isso também acontecia aqui no Brasil. O grande hospital conhecido é o Colônia em Barbacena (MG), onde entre os anos de 1969 a 1980 foram vendidos 1853 corpos às universidades. E os médicos se inspiraram em movimentos antimanicomiais e começaram a fazer denúncias e muitos profissionais demitidos, que fizeram as denúncias”, explica a psicóloga Poliana de Oliveira.
Resultado dessa luta foi a criação dos Centros de Referência de Assistência Psicossocial (CAPS). “A reforma psiquiátrica e o movimento da luta antimanicomial foram de suma importância para a mudança da atenção às pessoas com sofrimento mental e aos usuários de álcool e outras drogas. Sua premissa se baseia na assistência ao paciente, em liberdade, e no respeito à singularidade e autonomia dos sujeitos, bem como na manutenção dos vínculos familiares e sociais”, analisa a coordenadora do Programa Estadual de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas da SES, Juliana Ávila.
A lei da Reforma Psiquiátrica é, atualmente, a responsável pela construção de uma sociedade que supera o modelo excludente, assegurando aos pacientes o cuidado, em liberdade, nos diversos serviços de Saúde. Seu papel também é fundamental na sustentação da política de saúde mental no âmbito do SUS, garantindo financiamento público para os serviços da Rede de Atenção Psicossocial.
*Com Informações de Agência Minas