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Brumadinho

Rompimento em Brumadinho completa quatro anos com homenagens

Familiares das vítimas soltaram balões e acenderam sinalizadores de fumaça em ato solene próximo ao letreiro do município.

Publicado em 25/01/2023 às 21:22

Familiares das vítimas soltaram balões e acenderam sinalizadores de fumaça em ato solene próximo ao letreiro do município. (Foto: Comitê Pró-Brumadinho)

O dia 25 de janeiro deste ano foi marcado por homenagens à memória das vítimas do rompimento das barragens BI, B-IV e B-IV-A da Vale, em Brumadinho, há exatos quatro anos. A tragédia tirou a vida de 272 pessoas - duas estavam grávidas.

Nesta quarta-feira, no município da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o momento de maior comoção foi marcado pela reunião de familiares das pessoas atingidas em uma tradição que vem ocorrendo, desde o rompimento, no dia 25 de cada mês. No horário em que a barragem se rompeu - às 12h28 - balões foram soltos e sinalizadores de fumaças foram acesos, em respeito e reverência aos entes queridos.

Mais cedo, às 11h30, um ato solene no letreiro de Brumadinho contou com outdoor com os nomes das 272 joias, apresentações musicais e falas da diretoria da Associação dos Familiares de Vítimas dos Atingidos da Tragédia do Rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão Brumadinho (Avabrum) e de outros familiares. O Comitê Gestor Pró-Brumadinho também esteve representado.

Militares de Guaxupé

Ao longo da operação, onze militares do 2º Pelotão de Bombeiros Militares de Guaxupé trabalharam nas buscas em Brumadinho.

O primeiro militar a ir para a Operação foi o comandante do Corpo de Bombeiros de Guaxupé, o Tenente Josué Pereira que relembrou a data. 

"Hoje completam  quatro anos da Operação Brumadinho, que é a maior operação do Corpo de Bombeiros Militares de Minas Gerais e se não for uma das maiores operações do Brasil, onde tivemos o apoio de diversos órgãos, o apoio dos outros Corpo de Bombeiros Militares de todo o Brasil, Polícias Militares tanto de Minas e de todo o país, Polícia Civil, Força Nacional e as Defesas Civis. A gente contou com o apoio de diversos órgãos e nessa operação. É uma operação que vai marcar toda a minha carreira. a gente consegue levar isso para a vida. Chegando lá no primeiro dia que eu cheguei lá base, que chama Base Bravo, foi no dia 14 de fevereiro de 2019, 20 dias depois do início da tragédia. A sensação é que todo o bombeiro tinha isso no coração, de querer estar lá para fazer alguma coisa, queria ajudar de uma forma ou de outra. E chegando lá, ver aquele mundo de lama ali a gente tenta enxergar o que a gente pode fazer para ajudar. E poder encontrar uma "joia", que é o nome que a gente deu para as pessoas que estão desaparecidas, então todo o trabalho, todo esforço é válido e por isso se sustenta nesses quatro anos", relembrou.

Segundo o comandante, a Operação Brumadinho teve reflexos na atuação e preparo dos bombeiros militares "Tanto trabalho braçal ali, na busca na lama, nos rejeitos, tanto no trabalho de inteligência e planejamento. Eu fiquei um tempo nas ações de planejamento em Brumadinho, então lá o cruzamento de dados, busca de informações para poder localizar as vítimas e equipamentos, materiais necessários para poder fazer os trabalhos ali, então é essencial e hoje a gente consegue trazer isso para aplicar aqui em Guaxupé e em todos os outros municípios de Minas Gerais. A gente espera que não tenham tragédias mais, mas independente de qualquer coisa podem contar com o Corpo de Bombeiros que estamos preparados para qualquer situação", avalia o Tenente.

Acordo de Reparação

Além de 272 vidas perdidas, o rompimento da barragem da Vale S.A. em Brumadinho gerou uma série de impactos sociais, ambientais e econômicos na bacia do Rio Paraopeba e em todo o estado de Minas Gerais. Na busca por uma reparação destes danos coletivos e uma compensação à sociedade mineira, os compromitentes – Governo de Minas, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Ministério Público Federal e Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) – assinaram, em 4 de fevereiro de 2021, com a compromissária, Vale, um Acordo Judicial de Reparação.

4 anos depois 

A Justiça Federal aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra 16 pessoas e as empresas Vale e Tüv Süd pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão.

Três vítimas seguem desaparecidas. Entre elas está a moradora de São José do Rio Pardo (SP), a corretora Maria de Lurdes da Costa Bueno tinha 59 anos.

A filha dela, Patrícia Borelli, diz que a mãe "era uma pessoa de bem com a vida e que fazia questão de receber bem as pessoas".

Maria de Lurdes passava as férias com a família na Pousada Nova Estância, em Brumadinho, a pedido do enteado, que tinha o sonho de conhecer o Inhotim.

A pousada foi soterrada pela lama da barragem. Os dois enteados, Luiz e Camila Taliberti, a nora, Fernanda Damian de Almeida, e o marido de Maria de Lurdes, Adriano Ribeiro da Silva, também morreram na tragédia.

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