Portal da Cidade Guaxupé

Censura na CPI

Presidente de CPI censura perguntas enviadas por vereador à comissão

CPI da Iluminação Fotovoltaica dos Trevos interrogou representantes da Ricel, mas deixou questões sem respostas.

Publicado em 06/11/2019 às 02:02
Atualizado em

Paulinho Beltrão, Zetinho e Ari Cardoso são os membros da CPI. (Foto: Carol Negrão)

O advogado Anderson Milani Coelho e o representante da Ricel, Renan Henrique Fávero. (Foto: Carol Negrão)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ouviu na tarde desta quarta-feira (06) representante da empresa Ricel Instalação Elétrica LTDA, Renan Henrique Fávero. O representante veio à Guaxupé acompanhado pelo advogado Anderson Milani Coelho. A oitiva durou 20 minutos, a exemplo do último depoimento. E deixou questões em aberto. Algumas perguntas foram boicotadas pelo presidente da CPI, o vereador Donizete Luciano dos Santos. Zettinho censurou algumas das perguntas enviadas pelo vereador Jorge Batista Bento da Paz, e impediu o membro Ari Cardoso de fazer os questionamentos. Ao final da sessão, o presidente alegou que as questões são pertinentes à prefeitura.

O vereador Jorge Batista Bento da Paz, propositor da CPI, enviou ofício com 20 perguntas para serem feitas ao representante da Ricel. Somente dez foram feitas à Ricel. A oitiva deixou em aberto questionamento sobre quem fez a comissionamento do sistema fotovoltaica com a CEMIG. Se os painéis possuem selo Procel, qual a produção média das placas fotovoltaicas, porque o sistema tem capacidade máxima de produção de 30% do total de energia consumida, qual seria o custo de instalação da iluminação fotovoltaica nos mesmo moldes, para uma empresa privada, entre outras questões.

Durante o depoimento, os vereadores apuraram que a empresa nunca havia instalado placas fotovoltaicas para órgãos públicos. Guaxupé foi a primeira cidade onde o serviço foi realizado.

Aos vereadores, Renan informou que houve erro no comissionamento do sistema fotovoltaico junto à Cemig.

“ O sistema fotovoltaico tem uma média de funcionamento de acordo com o que está acontecendo no mês- se está muito nublado, se não está- não há como você evidenciar e estimar quanto ele vai dar de retorno. Existem alguns questionamentos que foram feitos na Cemig, onde questionou-se essa baixa produtividade e a Cemig veio e fez uma análise e a classificação de crédito da prefeitura estava errada”, afirmou o representante da Ricel à CPI.

Após a oitiva, o Portal da Cidade Guaxupé questionou o representante sobre de quem foi a responsabilidade para fazer o comissionamento do sistema junto à Cemig, o que não ficou claro durante o depoimento. Segundo Renan, a Ricel foi a responsável pelo comissionamento conforme previsto em edital. O representante ainda informou ao Portal que a empresa apenas executou o projeto que estava previsto no edital, e que outra empresa foi responsável por fazer o projeto, mas não soube informar qual.

Circo 

Para o vereador Jorginho, autor do pedido de CPI, que teve apoio de outros quatro vereadores, a oitiva dessa quarta-feira (06) foi um “circo”.

“Protocolei um ofício ao Presidente da Comissão com 20 perguntas importantes a serem feitas pelos membros da CPI perante o representante da empresa vencedora da licitação, onde grande parte dessas perguntas foram simplesmente censuradas pelo Presidente da CPI. Desta forma, utilizei minha prerrogativa de pedir a palavra, tendo em vista que todos os integrantes da CPI já haviam se manifestado, para dessa forma fazer as perguntas que não foram realizadas, mas o Presidente da CPI indeferiu minha fala, não me deixou perguntar o que precisava ser respondido. O pior foi ver o vereador Ari indignado com essa situação e de forma solidária a minha pessoa, também pedir a palavra para tentar fazer parte dessas perguntas sem resposta e também ter sido censurado. Infelizmente, a CPI virou um circo, onde quem devia investigar, age parecendo mais advogado de defesa dos acusados”.

Dobro do valor 

Na semana passada a CPI ouviu o engenheiro elétrico Juscelino Ferraz de Araújo, que possui empresa no ramo de energia fotovoltaica. Segundo o engenheiro, seria possível fazer um sistema 100% eficiente com metade dos R$1,9 milhão que foram gastos na obra.

“O que mais me surpreende em tudo isso é saber que apesar dos fortes indícios de que a obra pode ter sido superfaturada em aproximadamente R$ 1 milhão de reais, ainda assim, com funcionamento obsoleto desse sistema fotovoltaico, ainda existe atuação na CPI visando proteger investigados e dificultar a elucidação dos fatos. É de cair o queixo, mas ficará registrado para sempre nos anais da Câmara Municipal de Guaxupé”, disse Jorginho, indignado com a sitação.

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