A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ouviu na tarde desta quarta-feira (06) representante da empresa Ricel Instalação Elétrica LTDA, Renan Henrique Fávero. O representante veio à Guaxupé acompanhado pelo advogado Anderson Milani Coelho. A oitiva durou 20 minutos, a exemplo do último depoimento. E deixou questões em aberto. Algumas perguntas foram boicotadas pelo presidente da CPI, o vereador Donizete Luciano dos Santos. Zettinho censurou algumas das perguntas enviadas pelo vereador Jorge Batista Bento da Paz, e impediu o membro Ari Cardoso de fazer os questionamentos. Ao final da sessão, o presidente alegou que as questões são pertinentes à prefeitura.
O vereador Jorge Batista Bento da Paz, propositor da CPI, enviou ofício com 20 perguntas para serem feitas ao representante da Ricel. Somente dez foram feitas à Ricel. A oitiva deixou em aberto questionamento sobre quem fez a comissionamento do sistema fotovoltaica com a CEMIG. Se os painéis possuem selo Procel, qual a produção média das placas fotovoltaicas, porque o sistema tem capacidade máxima de produção de 30% do total de energia consumida, qual seria o custo de instalação da iluminação fotovoltaica nos mesmo moldes, para uma empresa privada, entre outras questões.
Durante o depoimento, os vereadores apuraram que a empresa nunca havia instalado placas fotovoltaicas para órgãos públicos. Guaxupé foi a primeira cidade onde o serviço foi realizado.
Aos vereadores, Renan informou que houve erro no comissionamento do sistema fotovoltaico junto à Cemig.
“ O sistema fotovoltaico tem uma média de funcionamento de acordo com o que está acontecendo no mês- se está muito nublado, se não está- não há como você evidenciar e estimar quanto ele vai dar de retorno. Existem alguns questionamentos que foram feitos na Cemig, onde questionou-se essa baixa produtividade e a Cemig veio e fez uma análise e a classificação de crédito da prefeitura estava errada”, afirmou o representante da Ricel à CPI.
Após a oitiva, o Portal da Cidade Guaxupé questionou o representante sobre de quem foi a responsabilidade para fazer o comissionamento do sistema junto à Cemig, o que não ficou claro durante o depoimento. Segundo Renan, a Ricel foi a responsável pelo comissionamento conforme previsto em edital. O representante ainda informou ao Portal que a empresa apenas executou o projeto que estava previsto no edital, e que outra empresa foi responsável por fazer o projeto, mas não soube informar qual.
Circo
Para o vereador Jorginho, autor do pedido de CPI, que teve apoio de outros quatro vereadores, a oitiva dessa quarta-feira (06) foi um “circo”.
“Protocolei um ofício ao Presidente da Comissão com 20 perguntas importantes a serem feitas pelos membros da CPI perante o representante da empresa vencedora da licitação, onde grande parte dessas perguntas foram simplesmente censuradas pelo Presidente da CPI. Desta forma, utilizei minha prerrogativa de pedir a palavra, tendo em vista que todos os integrantes da CPI já haviam se manifestado, para dessa forma fazer as perguntas que não foram realizadas, mas o Presidente da CPI indeferiu minha fala, não me deixou perguntar o que precisava ser respondido. O pior foi ver o vereador Ari indignado com essa situação e de forma solidária a minha pessoa, também pedir a palavra para tentar fazer parte dessas perguntas sem resposta e também ter sido censurado. Infelizmente, a CPI virou um circo, onde quem devia investigar, age parecendo mais advogado de defesa dos acusados”.
Dobro do valor
Na semana passada a CPI ouviu o engenheiro elétrico Juscelino Ferraz de Araújo, que possui empresa no ramo de energia fotovoltaica. Segundo o engenheiro, seria possível fazer um sistema 100% eficiente com metade dos R$1,9 milhão que foram gastos na obra.
“O que mais me surpreende em tudo isso é saber que apesar dos fortes indícios de que a obra pode ter sido superfaturada em aproximadamente R$ 1 milhão de reais, ainda assim, com funcionamento obsoleto desse sistema fotovoltaico, ainda existe atuação na CPI visando proteger investigados e dificultar a elucidação dos fatos. É de cair o queixo, mas ficará registrado para sempre nos anais da Câmara Municipal de Guaxupé”, disse Jorginho, indignado com a sitação.
Confira outras reportagens sobre a CPI:
- MP investiga iluminação fotovoltaica dos trevos após representação de vereador
- Vereador pede CPI e desarquivamento de denúncia sobre Iluminação Fotovoltaica
- Mesa Diretora indica membros da CPI da Iluminação Fotovoltaica dos trevos
- CPI da Iluminação Fotovoltaica dos Trevos começa a ouvir depoimentos
- “O cidadão não pode ter prejuízo”, diz empresário à CPI da Iluminação dos Trevos
Receba as notícias através do grupo oficial do Portal da Cidade Guaxupé no seu WhatsApp. Não se preocupe, somente nosso número conseguirá fazer publicações, evitando assim conteúdos impróprios e inadequados. 📲 Participe clicando neste link.👈