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Professor do IFSULDEMINAS participa de monitoramento de queimadas no Pantanal

Sistema ALARMES tem a participação do IBAMA, UEAM, Instituto Dom Luiz, de Portugal e Instituto SOS Pantanal.

Publicado em 22/09/2020 às 08:37

Sistema monitora focos de incêndio no pantanal e tem a participação do IFSULDEMINAS- Campus Muzambinho. (Foto: G1)

Nos últimos dias, notícias sobre as queimadas pelo Brasil estão se espalhando mais rapidamente do que o próprio fogo. E muitas dessas informações são incompletas ou não transmitem a real situação do problema.

O Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais – LASA da Universidade Federal do Rio de Janeiro, coordenado pela professora Drª. Renata Libonati dos Santos, trabalha no mapeamento das áreas queimadas em todo o Brasil e está implementando um novo sistema de monitoramento visando contribuir, dentre outros fatores, com a "sensibilização de diferentes atores sobre o problema. Melhor publicidade e divulgação para a mídia, órgãos públicos, público em geral e tomadores de decisão sobre a magnitude do evento em tempo quase-real".  

O Sistema ALARMES (Alerta de Área queimada com Monitoramento Estimado por Satélite), implementado inicialmente para Portugal, é o primeiro deste tipo no Brasil e permite estimar em tempo quase real a área atingida pelo fogo. 

Criado por meio do Projeto Andurá, o sistema foi financiado pelo CNPQ-PREVFOGO e desenvolvido em colaboração com o Instituto Dom Luiz, com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, com o Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais - IFSULDEMINAS, com a Universidade do Estado do Amazonas, com o IBAMA e com o Instituto SOS Pantanal. 

O IFSULDEMINAS – Campus Muzambinho está sendo representado pelo professor Allan Arantes Pereira, que é graduado em Engenharia Florestal, mestre e doutor em Ciências Florestais e atua nas linhas de pesquisas de sistemas de informações geográficas e sensoriamento remoto aplicados ao monitoramento da vegetação nativa. Também contribui com o projeto o aluno, bolsista do Campus de Poços de Caldas, Waislan Luis Sanches, do curso de Ciência da Computação. 

"O sistema reconhece padrões utilizando técnicas de Inteligência Artificial e Machine Learning, para conseguir extrair informações de sensoriamento remoto automaticamente”, explicou o professor. Allan alertou que, utilizando imagens de satélite é possível quantificar a área queimada e ainda fornecer uma base para pesquisas sobre os danos ambientais ao bioma, à vegetação, aos animais e ao tipo de solo, dentre outras coisas.

LASA mostra áreas queimadas no pantanal até esta terça-feira (22). (Reprodução: LASA)

Essas informações também são enviadas aos órgãos competentes para o planejamento e a realizações de ações efetivas. 

Alerta no Cerrado

O LASA mapeia queimadas em diversas regiões, por contar com imagens obtidas via satélite. Mas, atualmente, o foco está nas imagens das queimadas do Pantanal que, segundo o professor Allan, já mostram que, de janeiro a 13 de setembro de 2020, cerca de 22% da área foi atingida. O que representa o período mais crítico de queimadas no Pantanal, desde de 1999.  

O professor ainda alerta que, com a chegada das chuvas esse problema pode ser amenizado na região do Pantanal e agravado nas regiões que ainda passarão por períodos de seca. 

O alerta então fica para a região do Cerrado, que compreende os territórios de Goiás, Tocantins e Distrito Federal, além de partes da Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Rondônia e São Paulo. Segundo Allan, a região caracterizada por um clima tropical sazonal, tem picos de seca em outubro. Cenário que pode favorecer o aumento de queimadas. 

Como funciona o ALARMES? 

O sistema ALARMES utiliza um algoritmo criado pela universidade de Lisboa. Segundo a coordenadora do LASA, Renata Libonati “Esse algoritmo agora está sendo implementado no Brasil, monitorando a região que inclui todo o Cerrado, e agora estamos fazendo os testes no Pantanal. A nossa ideia é passar de um sistema baseado nos focos de incêndio para um outro que alerta sobre a extensão de área queimada”.

Segundo os organizadores do projeto, “o ALARMES NRT (near real time) foi desenvolvido para servir como ferramenta de alerta rápido e ágil sobre o avanço da extensão da área afetada pelo fogo de forma a apoiar os órgãos ambientais nas ações de combate ao fogo. O sistema combina imagens de satélites da NASA, focos de calor e inteligência artificial para identificar novas áreas atingidas pelo fogo, monitorando diariamente a localização e extensão das áreas queimadas, permitindo, por exemplo, entender a velocidade de aumento dessas áreas afetadas”. 

Atualmente estas informações são disponibilizadas através de um boletim semanal para o Pantanal neste site.

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