450 quilômetros, 1820 metros de altitude. O Caminho da Fé que liga cidades do interior de Minas Gerais e de São Paulo ao Santuário de Aparecida é conhecido pela dificuldade do trajeto, que passa por estrada vicinais, bosques e asfalto. Foi neste cenário que um grupo de cinco peregrinas de Guaxupé encerraram a caminhada na última terça-feira (25). O grupo saiu da de Guaxupé na manhã do dia 14 de junho. Seguiram de carro até a cidade de São Roque da Fartura (SP) e fizeram a caminhada até Aparecida (SP).
Mas a jornada começou bem antes. O grupo completou os trechos do Ramal Dom Inácio João Dal Monte, que sai de Guaxupé, durante os treinamentos. “Esse é um projeto muito antigo, desde Santiago de Compostela (Espanha), e quando esse caminho chegou à Guaxupé falei: é a hora de ir. Conversando com as amigas, fizemos o projeto e estamos treinando desde janeiro. No treino fizemos os trechos alternados. Fizemos Guaxupé/Tapiratiba, Tapiratiba/Caconde, Caconde/ Divinolândia e Divinolândia/ São Roque da Fartura e retomamos entre São Roque até Águas da Prata, onde nos unimos ao um grupo com mais seis peregrinos”, explica a empresária Ceres Almeida, uma das peregrinas que partiram de Guaxupé.
A preparação física do grupo foi de responsabilidade da Educadora Física Caroline Diniz. Segundo ela, os treinos priorizaram a resistência das peregrinas. “Focamos muito na parte aeróbica e também no pilates para ajudar no equilíbrio corporal”, explicou Diniz, enquanto despedia-se do grupo na Avenida Conde Ribeiro do Vale.
Ramal Dom Inácio
O ramal Dom Inácio João Dal Monte, que sai de Guaxupé rumo à Aparecida foi inaugurado em junho do ano passado. A primeira peregrinação a sair pelo ramal guaxupeano foi em setembro de 2018.
Caminho
O Caminho da Fé (Brasil), inspirado no milenar Caminho de Santiago de Compostela (Espanha), foi criado para dar estrutura às pessoas que sempre fizeram peregrinação ao Santuário Nacional de Aparecida, oferecendo-lhes os necessários pontos de apoio e infraestrutura. A ideia da sua criação ocorreu após um dos organizadores percorrer por duas vezes o conhecido caminho espanhol. Imbuído do propósito de criar algo semelhante no Brasil, convidou alguns amigos aos quais expôs seus planos, tendo recebido pronta acolhida dos mesmos. Assim, o trio composto por Almiro Grings, Clóvis Tavares de Lima e Iracema Tamashiro e no princípio ajudado por outros amigos voluntários dentre os quais, Aparecida de Lourdes Dezena Cabrelon, deram início aos primeiros contatos com prefeituras e paróquias das cidades por onde passaria a trilha.
A rota é composta por cerca de 970 km, dos quais aproximadamente 500 km atravessam a Serra da Mantiqueira por estradas vicinais, trilhas, bosques e asfalto, proporcionando momentos de reflexão e fé, saúde física e psicológica e integração do homem com a natureza. Seguindo sempre as setas amarelas, o peregrino vai reforçando sua fé observando a natureza privilegiada, superando as dificuldades do Caminho que é a síntese da própria vida.
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