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Necrochorume

Laudo aponta contaminação do aquífero pelo cemitério Parque Alto da Colina

Juiz Milton Biagioni Furquim divulgou nota à imprensa revelando resultado do laudo realizado no fim do mês de julho.

Publicado em 05/12/2019 às 01:29

Laudo apontou contaminação do lençol freático na região do Cemitério Parque Alto da Colina. (Foto: Reprodução/Google)

A perícia técnica constatou contaminação do aquífero na região do cemitério Parque Alto da Colina e na Cooxupé, onde acontece a Femagri. A contaminação por necrochorume foi causada pela presença do cemitério no local. O laudo também aponta que há risco para a saúde pública, uma vez que não se sabe a extensão da área de aquífero atingida pelo necrochorume do cemitério. 

As informações foram repassadas aos órgãos de imprensa pelo juiz Milton Biagione Furquim, da 1ª Vara Cível de Guaxupé. Apesar do resultado mostrar contaminação do aquífero, o laudo aponta que a água consumida pela população não está contaminada e que o tratamento de água é capaz de eliminar microorganismos que podem causar doenças.

A laudo pericial foi realizado pela Empresa de Inteligência Ambiental e Social (EIAS), de Piracicaba (SP), no fim do mês de julho deste ano.

No fim da tarde de ontem (04), o juiz convocou reunião com representantes da Prefeitura, Ministério Público, departamento de Meio Ambiente, Câmara Municipal, o advogado autor da ação e Cooxupé para debater ações para minimizar os impactos da contaminação. A cooperativa foi convidada para a reunião, porque no local onde acontece a Femagri também foi encontrada contaminação por necrochorume.

Laudo

A perícia constatou a presença de bactéria através de laudo periciais especializado, por consequência contaminação em três poços de monitoramento da qualidade de águas subterrâneas. O poço de monitoramento 1 acusou resultados positivos para contaminação do aquífero por necrochorume. O poço artesiano da Cooxupé, apesar de mostrar resultado mais dúbio, também foi considerado contaminado.

O poço de monitoramento 1 mostrou parâmetros físico-químicos e microbiológicos (presença de bactérias Clostrídios- sulfito redutores) típicos da contaminação por necrochorume. A Cooxupé também apresenta parâmetros microbiológicos alterados.

A água de consumo dos moradores de Guaxupé não está contaminada. O laudo pericial aponta apenas para a contaminação do aquífero próximo ao cemitério. Além disso, o sistema de tratamento de água deve ser suficiente para eliminar patógenos e outras impurezas da água de consumo, e, a qualidade dessa água é monitorada frequentemente.

O laudo apontou que existe risco à saúde pública, uma vez que não se sabe a extensão do aquífero contaminado, e, consequentemente, o tamanho da área contaminada. Em caso de existência de poços artesianos utilizados para complementação do abastecimento municipal, este pode estar contaminado.

Soluções possíveis

Algumas das soluções possíveis também foram apontadas como a remediação da área contaminada no cemitério e implantação de sistemas de proteção ambiental; tratamento mais localizado, cova a cova para os novos sepultamentos; alteração do tipo de cemitério, de cemitério parque para cemitério vertical, incluindo sistemas de proteção ambiental na nova construção.

Interdição?

“Considerando o laudo técnico positivo, em tese, é motivo para a interdição do cemitério. Tenho consciência do transtorno do que pode causar ao município, no caso de uma interdição. Por outro lado, também tenho conhecimento do quanto uma decisão extrema dessa natureza pode afetar a população de Guaxupé, mas sobretudo, àqueles que tem seus parentes sepultados no cemitério. A questão há de ser tratada como um problema de alta indagação e, de saúde pública, de modo que uma decisão pura e simples de interdição, trará ao município e às famílias de Guaxupé uma situação deveras preocupante”, informou o juiz na nota.

A nota informa ainda que uma audiência de conciliação entre todas as partes envolvidas será realizada no dia 22 de janeiro de 2020, antes da sentença do processo ser dada em primeira instância.

Milton Furquim/ Juiz de Direito/ Guaxupé

Soluções

Os participantes deverão apresentar propostas para equacionar questões, tais como novos sepultamentos e exumação dos restos mortais, já que, é propósito deste magistrado dividir com a sociedade a responsabilidade pela decisão qualquer que seja ela. Informo a todas as famílias de Guaxupé, de que aguardem com calma e tranquilidade, na promessa de que será prolatada uma decisão dentro dos parâmetros que os participantes da reunião sugerir ao Juízo.

Milton Furquim/ Juiz de Direito/ Guaxupé

O que diz a prefeitura

Apesar da reunião que aconteceu na tarde de ontem (04), a prefeitura informou ao Portal da Cidade Guaxupé que ainda não teve acesso ao laudo pericial. “Apenas conhecimento em partes do que foi apresentado pelo Juiz de Direito, Dr. Milton, durante reunião que aconteceu no último dia 04. A Procuradoria Jurídica do Município aguarda o laudo para que possa ter o entendimento e assim condições de apresentar sua manifestação."

Entenda o caso

Desde 2003 um processo judicial movido pela ONG Sítio Tia Marianinha, de Arceburgo, questionando o local escolhido para a implantação do Cemitério Parque da Colina, por causa da proximidade com a captação de água para o abastecimento da cidade.

Desde 2017 o processo está concluso para sentença, mas o Juiz Milton Biagioni Furquim determinou a realização de laudo pericial para embasar a decisão.

Atualmente há 1.200 corpo sepultados no cemitério Parque Alto da Colina

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