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Consciência

Guaxupé tem 1ª Roda de Discussão sobre Consciência Negra

Evento reuniu membros da comunidade negra para debater políticas públicas para as minorias.

Publicado em 27/11/2019 às 06:54

Roda de Debate da Consciência Negra reúne membros da comunidade negra em Guaxupé. (Foto: Alisson Souza)

Roda de Debate da Consciência Negra reúne membros da comunidade negra em Guaxupé. (Foto: Alisson Souza)

Roda de Debate da Consciência Negra reúne membros da comunidade negra em Guaxupé. (Foto: Alisson Souza)

Roda de Debate da Consciência Negra reúne membros da comunidade negra em Guaxupé. (Foto: Alisson Souza)

Roda de Debate da Consciência Negra reúne membros da comunidade negra em Guaxupé. (Foto: Alisson Souza)

Guaxupé recebeu no último dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, a 1ª Roda de Discussão sobre a Consciência Negra. O evento aconteceu no plenário da Câmara Municipal e reuniu cerca de 60 integrantes da comunidade negra, e os vereadores Maria José Cyrino e Francis Osmar da Silva, único vereador negro da cidade e organizador do evento.

A Roda de Discussão debateu assuntos enfrentados pelos negros no município como racismo, falta de oportunidade de trabalho, representatividade entre outros. “ O espaço foi aberto para quem quisesse falar e percebemos inúmeros casos de racismo que o povo negro ainda enfrenta em Guaxupé, nas escolas e no ambiente de trabalho”, afirmou Francis. De acordo com o vereador, a intenção é fazer intervenções como esta mensalmente. 

Neste mês, a Câmara Municipal de Guaxupé aprovou projeto de lei de autoria de Francis, que cria a semana municipal da Consciência Negra nas escolas municipais. A iniciativa surgiu depois que a menina Kathlen foi vítima de racismo e o vídeo com o depoimento da garotinha viralizou nas redes sociais. 

“O Francis viu o vídeo e de imediato me ligou e queria falar com a Kathlen. Ele veio aqui em casa e conversou com ela e disse que não era fácil e ela tinha que lutar pelo o que ela é e os direitos dela. Antes de apresentar o projeto, ele me mostrou. Criança nenhuma nasce racista, minha preocupação era com a minha filha e com a coleguinha. Fiquei preocupada com a coleguinha dela e a história já tinha repercutido dentro da escola”, informou Daia Santos, mãe de Kathlen.

Histórias de racismo como a que Kathlen sofreu, já são conhecidas pela empreendedora Gabriela Moreira. “A primeira vez que sofri racismo, foi quando criança dentro de um clube onde eu dançava, só tinha crianças brancas. E elas desfaziam de mim, falavam do meu cabelo e eu não entendia, até que soube que houve uma reunião dos pais com o clube para que eu fosse proibida de entrar no Clube... e minha mãe veio conversou comigo sobre e me explicou o que era racismo, que existia e que o clube ia me dar todo apoio para que eu continuasse fazendo as aulas lá”, relembra. 

Para Gabriela, o negro precisa esforçar-se todos os dias para ter reconhecimento pelo seu trabalho. “Nesse dia minha mãe já me falou sobre como eu devia me comportar lá no clube, e era fazendo o meu melhor sempre, me esforçar sempre mais, aprender bem cada passo, para que não houvesse motivo para falarem de mim. E hoje ainda carrego isso comigo, ser 200% sempre, para não terem motivo de me criticar”, ressalta. 

Negros em Guaxupé

A parcela da população guaxupeana que se declara negra é de 4%, e 20%se autodeclarada parda. Na década de 1930, a cidade tinha a maior sede da Frente Negra Brasileira do estado de MG. Pio Damião era uma das maiores referências negras no estado. A socialista FNB entrou na ilegalidade sob o Estado Novo e virou Clube Recreativo. O Clube Pio Damião era o único a aceitar negros.

Antes da abolição, a igreja católica tinha registrado 1500 escravos nascidos na cidade, fora os que chegaram à cidade já adultos.

*Com informações de Henrique Brazão.

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